Este título não é meu, foi “emprestado” de uma piada bonitinha, mas cheia de significado, que ilustra bem o tema de hoje. Diz que um sujeito estava colocando flores no túmulo de um parente, quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ele se vira para o chinês e pergunta: “- Desculpe, mas o senhor acha mesmo que o defunto virá comer o arroz?” E o chinês responde: “- Sim, logo depois que o seu vier cheirar as flores!” A moral da história: “respeitar as opções do outro, em qualquer aspecto, é uma das maiores virtudes que um ser humano pode ter. As pessoas são diferentes, agem diferente e pensam diferente. Portanto, não julgue… Apenas tente compreender”.

Comecei pelo fim, agora voltemos ao começo. A ideia de escrever sobre intolerância veio da leitura deste texto muito interessante, “Entre os muros da outra escola”, escrito pela repórter Eliane Brum para a revista Época. Quem ainda não leu, vale a pena! Ela diz no texto que “as escolas talvez sejam as maiores reprodutoras de desigualdade. Não apenas na questão da qualidade, que determina destinos. Mas no convívio cotidiano, no (não) exercício da solidariedade e do respeito às diferenças. Seja nas públicas ou nas privadas, o que encontramos é uma convivência entre iguais. Nossos filhos não conhecem a diferença, não são beneficiados pela riqueza da diversidade. Não conjugam a tolerância. Quando confrontados com a diferença – e não apenas a socioeconômica –, expulsam-na”. É aí que comecei a pensar.

Acredito que a escola tenha sua parcela de responsabilidade para coibir a intolerância e até casos mais graves de bullying, mas a verdade é que as crianças são, em muito, um retrato dos próprios pais. A menina do texto acima diz que seus colegas “são que nem os pais deles. Nessa coisa das marcas, do dinheiro. Mas quem cria meus colegas, mesmo, não são os pais. Eles nunca ficam com eles. Eles estão trabalhando ou em jantares. Meus colegas são criados pelas babás. Elas são as mães de verdade deles”. Sim, em muitos casos isto é verdade. Mas este argumento é muito cômodo e conveniente para nós os OUTROS pais que estamos presentes na vida dos filhos, que somos participativos.

Pensemos historicamente: a História nos mostra que os grandes conflitos e guerras têm quase sempre um motivo “econômico” por trás. Mas o pavio que acende a pólvora das crises econômicas é quase sempre a intolerância – étnica, religiosa, social. Acredito piamente que este seja o maior mal do mundo moderno. E, com honrosas exceções, da História em geral. Até por isto nos policiamos mais nestas questões. O duro é quando a intolerância assume outras facetas mais sutis e mais difíceis de ser detectadas do que a intolerância religiosa ou étnica, para qual estamos mais “treinados”.

Quase todo mundo concorda com este discurso de tolerância, em tese. O problema é a prática! O que vejo em muitos pais – inclusive em mim mesma – são comportamentos, atitudes e valores que denotam intolerância, mas de uma forma mais sutil e por vezes imperceptível. Abrindo um parêntese: fui criada numa família muito tolerante com tudo e cresci convivendo com ideais de tolerância (como por exemplo através do CISV). Mas não escapo das armadilhas do dia a dia. Ficamos sem carro e a seguradora nos “emprestou” um carro popular por uma semana. Cheguei em casa rindo e dizendo que agora íamos andar uma semana no “ximbica”, que precisava de um guindaste para mexer a direção, etc. Meus filhos riram junto. Em frações de segundos me toquei que aquele carro era igual ao da nossa faxineira, que tinha trabalhado duríssimo para comprá-lo e tinha o maior orgulho dele. Sei que parece um exemplo bobo, mas não é! Mesmo porque nossos filhos não fazem e não vão fazer o que falamos, mas sim o que fazemos (vou ficar chocada se meus filhos aos 18 anos pedirem um carro novo e se recusarem a ganhar um “ximbica”…).

E por aí vai. Já ouvi zilhões de vezes amigos queridos, gente aberta, simples, bons pais, dizerem assim: “este ‘baiano’ com este carro velho não sai da minha frente’, ‘fulano é muito pão-duro, olha que presente barato me deu, ele que tem tanto dinheiro’ (como se afeição e respeito fossem medidos por dinheiro). Há outros que não criticam os demais, porém a si mesmos: ‘estou gorda e portanto sou feia’ (depois espantam-se que o filho chamou a colega gordinha da escola de feia! ‘De onde ele tirou isto??’)

Há também a excessiva valorização das coisas materiais: pais que pulam de alegria e contam sem parar das coisas que compraram, que falam para os filhos não se preocuparem, porque ‘quando papai for viajar ele traz um videogame igual o do amiguinho da escola’. Fora aqueles intolerantes de carteirinha (acho que não toleram a si mesmos) que buzinam se o carro da frente leva mais do que segundos para andar, que brigam porque alguém parou rente à vaga, que brigam porque o garçom demora, que ligam para gritar e xingar o banco, a companhia telefônica, o Papa (Calma gente! Não estou dizendo aqui que devemos ser passivos e não lutar pelos nossos direitos, mas há uma diferença grande entre sair por aí raivoso ou escolher as brigas certas e entrar nelas com educação e civilidade). Não nos iludamos, nossos filhos estão nos observando e aprendendo a agir como agimos.

É difícil, pelo menos para mim, é um exercício diário de atenção. E acho que a Eliane Brum, no seu texto, dá um caminho interessante. Precisamos estimular nossos filhos a exercer a solidariedade e o respeito às diferenças no convívio cotidiano. Não quer dizer que os pais que têm filhos nas escolas particulares de elite mudem seus filhos de escola! Mas, na medida do possível, procurem beneficiá-los com a riqueza da diversidade, freqüentando outros lugares que não o trinômio escola/clube/shopping. Procurem confrontá-los com a diferença – e não apenas a socioeconômica – para que eles possam ser seres humanos ainda mais legais que nós somos.


Obs. Este texto foi publicado originalmente no blog A Roupa Nova do Rei.

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Estive recentemente em Nova York e em Chicago. Nova York não foi novidade, mas valeu como sempre pela incrível mistura de pessoas e coisas diferentes que a gente encontra por lá. Bati muita perna, inclusive por lugares onde ainda não tinha ido com calma, como os bairros do Chelsea e do West Village, e repeti como sempre faço um dos museus, desta vez o MoMA. Também tivemos a oportunidade de sair para jantar com um casal simpatíssimo que conheci via Twitter, a @Marcie14 e o Ciro.

Tem muito para falar sobre o que vi e comi em Nova York. Mas vou começar pela sobremesa 🙂 A seguir, os meus doces prediletos da viagem. Enjoy!

NEW YORK-STYLE CHEESECAKE

A lista de doces delícias começa pelo mais antigo e tradicional. Dizem que o cheesecake do Lindy’s , uma receita da família do Leo “Lindy” Lindermann, originou o NewYork-style cheesecake, provavelmente o mais famoso e mais imitado cheesecake do mundo. A receita nasceu no restaurante Lindy’s original, que abriu em NY nos anos 20, depois fechou, reabriu, e hoje pertence ao grupo Riese Restaurants. O Lindy’s fica perto da Times Square. Nunca comi o original, a versão moderna é mais controversa, principalmente pelo preço (US$ 8 a fatia!), mas posso dizer que de fato é uma de-lí-cia.

Para os entusiastas desta sobremesa, outros lugares em NY famosos por servir um excelente cheesecake: Carnegie Deli, Junior’s, The Cheesecake Factory e Magnolia Bakery (ver abaixo).

CUPCAKES

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A Magnolia Bakery, confeitaria pequena e com cara de casa da gente no West Village (hoje ela tem mais duas filiais em Manhattan), praticamente dispensa apresentações. Cupcakes estão super na moda em NY, e os da Magnolia Bakery são as estrelas entre os bolinhos. A Carrie e a Miranda já apareceram em um episódio de Sex and The City devorando cupcakes na Magnolia Bakery e até a Suri (Katie Homes/Tom Cruise) foi fotografada em uma sequência de fotos fofas em uma revista da moda, se lambuzando e se deliciando com seu cupcake de chocolate de lá :-p

Tem época em que a fila na porta dobra o quarteirão, não é à toa que eles colocaram lá dentro um aviso limitando o número de cupcakes por pessoa!

Não peguei fila, mas no tempo em que fiquei lá olhando, tirando fotos e saboreando meu cupcake de banana e cobertura de caramelo e meu cheesecake de limão, foram embora em segundos três fornadas de cupcakes! Na Magnolia comi o MELHOR cheesecake de limão da minha vida. Este não tem nem foto, pois quando fico assim emocionada esqueço da máquina – quando lembrei já tinha comido quase todo e a foto ia sair muito feia.

Os cupcakes da Magnolia vêm assim em uma caixinha fofa com 6 buracos de papelão para encaixar os bolinhos e não deixá-los cair.

ARROZ DOCE? COMO ASSIM?

Pois é… não é que tem arroz doce em NY e é super cool? Chamado por eles de rice pudding (de fato, é mais um pudim cremoso de arroz do que arroz doce em si, já que a textura é de um creme com alguns grãos de arroz no meio), ele vem puro ou misturado em vários sabores, com coberturas também variadas à escolha, no Rice to Riches no Soho.

São quatro tamanhos (sendo que o pequeno para uma pessoa já é uma porção enorme, como quase todas nos EUA) e no site eles prometem entregar em qualquer lugar dos Estados Unidos de um dia para o outro!

O que eu provei, de French Toast com uma cobertura de pedacinhos de bolo, era uma delícia. Para os adoradores de arroz doce, como eu, um prato cheio 🙂 Levei um “para viagem” para o Mike e ele amou, devorou em alguns segundos.

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A receita desta torta é do João Roberto, chef e proprietário do restaurante La Pyramide de Ribeirão Preto.

Médico cardiologista e professor de cirurgia cardíaca e toráxica, o João Roberto largou uma bem sucedida carreira (mesmo!) e resolveu cozinhar. Depois de uma pequena temporada trabalhando em Natal, o João abriu seu próprio restaurante em Ribeirão Preto na década de 80. Hoje, o La Pyramide é um oásis de tranqüilidade e boa comida na cidade. De inspiração provençal, o restaurante não aceita fumantes, tem apenas 18 lugares e não tem placa na fachada. Também não tem maître, gerente ou garçom. Ele e a esposa Regina se revezam no atendimento e contam com um pequeno número de funcionários para dar apoio. O João deu tão certo na nova carreira – na qual está há mais de 20 anos – que em 1997 foi eleito Chef do Ano pelo Guia 4 Rodas. Depois, em 2006, seu La Pyramide foi eleito “O Melhor da Cozinha Francesa no Brasil”.

O João é uma figura muito interessante. Ele cultiva há mais de 30 anos dezenas de ervas em sua casa, onde também tem árvores frutíferas, flores comestíveis e outras plantas. Muitas das ervas foram trazidas por ele de regiões mediterrâneas, inclusive um pé de louro cuja muda veio da Turquia e que o João diz ter um sabor especial. Ele conta que colhe todos os dias antes do amanhecer as ervas que vai utilizar no restaurante, quando o sol ainda não apareceu para fazer evaporar os óleos essenciais das ervas. Assim, elas são muito mais perfumadas e têm sabores mais concentrados. De fato!! Eu provei 🙂

Pois bem, além de tudo isto o João tem hoje uma coluna semanal, a “Na Minha Cozinha”, na revista Revide, editada aqui na cidade. Com um leve toque francês, o João fala sobre cultura, ensina detalhes interessantes sobre ingredientes e vinhos e dá algumas receitas. Foi com ele que aprendi que a endívia é produzida a partir de raízes de chicória cultivadas em local escuro (por isto inclusive ficam branquinhas!).

Acertei em cheio na escolha desta receita de torta de alho poró sem massa, da coluna do João. Combinada com uma saladinha, faz um jantar leve e delicioso. Assada em forminhas individuais, vira uma entrada ótima. Ou pode ser servida com carne, frango ou peixe, combina com tudo.


Torta de alho poró (sem massa) do João Roberto

3 xíc (chá) da parte branca do alho poró cortada em rodelas
2 ovos inteiros
2 gemas
2 col (sopa) de bacon em cubos
2 xíc (chá) de queijo ementhal ou gruyère em cubos (se não achar, troque por mussarela)
½ xíc (chá) de queijo parmesão ralado
250 ml de creme de leite fresco
1 col (sopa) de vinagre de vinho branco
Pimenta-do-reino moída na hora
Manteiga e farinha de trigo para untar a forma (para os celíacos, untar a forma com polvilho ou farinha de arroz)

Vamos lá. Ligue o forno a 200º C. Coloque o bacon e o alho poró em uma frigideira e leve ao fogo alto, mexendo sempre até as rodelas ficarem transparentes, mas não douradas. Adicione o vinagre e a pimenta-do-reino e deixe evaporar. Retire do fogo e, quando frio, distribua em uma forma refratária de 25 cm de diâmetro com o fundo e os lados generosamente untados com manteiga e polvilhados com farinha de trigo. Em uma vasilha, bata os ovos, as gemas e o creme de leite fresco com um batedor manual e espalhe cuidadosamente sobre o alho poró. Cubra de maneira uniforme com o queijo em cubos, pulverize com o queijo parmesão. Leve ao forno já quente por cerca de 30 minutos ou até a crosta ficar bem dourada.

O João recomenda: “aprecie a torta enquanto estiver bem quente com uma taça de vinho Riesling” 😀

OBS. Esta receita foi publicada originalmente no blog Rosmarino e Prezzemolo.

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ENTRE OS MUROS DE BERGAMO

Enquanto Milão foi agitado e o Lago di Como foi romântico, Bergamo foi a chave de ouro da viagem: charmoso.

Bergamo se divide em duas: a Città Bassa, que é a metrópole urbana moderna, e a Città Alta, que é a cidade velha, no alto do morro, cercada por muralhas e bem medieval. Ao redor das ruazinhas de paralelepípedos ficam restaurantes, lojas que vendem queijos e frios, confeitarias com vitrines de encher os olhos, lojas e alguns poucos hotéis – sem falar nas construções antigas lindas, como a Piazza Vecchia, o Duomo, a igreja de Santa Maria Maggiore e a Biblioteca de Bergamo. É o máximo passear por esta cidade e ficar imaginando como ela funcionava há séculos.

Para ir da Cidade Baixa para a Cidade Alta usa-se o bondinho, ou funicular.

Comemos e bebemos muítissimo bem em Bergamo. E a culinária bergamasca é super interessante nas suas particularidades. Vamos lá.

A massa típica bergamasca é o casoncelli (ou casoncèi). Assim como a nossa feijoada, sua origem é humilde, pois era feito com pedaços de massa que eram recheados com restos de carne bovina e suína. Os casoncelli são raviolis bem rústicos, enrolados a mão mesmo. O mais tradicional é o casoncelli bergamaschi con pancetta burro e salvia (com manteiga, sálvia e pancetta). É uma delícia.

Além das tortas feitas com nozes, amêndoas e frutas secas e dos doces folhados e recheados, o doce mais típico da culinária bergamasca chama-se curiosamente Polenta e Osei – que quer dizer “polenta e andorinhas” 🙂 Mas o nome se deve unicamente ao aspecto do doce! É um bolo aromatizado com limão e baunilha, recheado com uma pasta amanteigada de chocolate e coberto com marzipã amarelo e com pequenos passarinhos também feitos de marzipã. Toda vitrine de confeitaria tem sua versão da Polenta e Osei, nos mais variados tamanhos, de um bolinho individual (como eu comi) até um bolo de 3 kg ou mais.

Este gnocchi di patate fatti in casa con funghi porcini, finferli e pinoli tostati mostra bem o traço da culinária piemontesa a base de creme de leite e manteiga e com dois tipos de funghi, mas com o toque do charme bergamasco, o cacau em pó.

Outro primo piatto bem gostoso e diferente. No menu chamava-se Creme Bruleé di Zucca e Gorgonzola, mas estava mais para um suflê mesmo 🙂


A sobremesa mais gostosa que comemos em Bergamo foi certamente este Tiramisù: o melhor que comi na vida, deixou saudades.

Um capítulo à parte para a Pizzeria Il Fornaio. Lotada o dia inteiro, sempre com pizzas diferentes na vitrine (a gente passava em frente só para ver o que tinha de novo), vendiam-se as pizzas aos pedaços que eram cortados pela atendente com uma tesoura (!). Os pedaços voltavam ao forno para uma tostada final e eram pesados e entregues sobre um guardanapo de papel. Até pizza de batata-frita apareceu uma vez… sim, na Itália 🙂

Vejam como são lindas as vitrines de Bergamo.

Em Bergamo também tomamos o vinho mais gostoso da viagem.

Bom, por ora é só! Espero que tenham curtido conosco a viagem 🙂

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AO REDOR DO LAGO DE COMO O Lago di Como é mesmo candidato a um dos lugares mais românticos do mundo. Cada cantinho uma surpresa – uma paisagem linda, um jardim florido, um lugarzinho pitoresco para tomar um café, uma casa colorida… tudo regado por aquele céu azul com o lago e as montanhas nevadas ao fundo. Estivemos em Tremezzo, onde visitamos a Villa Carlota, e depois atravessamos de barco para Bellagio. Um almoço leve – panini (sanduíches) feitos com piadina (pão achatado e frito) recheados com folhas, crudo (como eles chamam o presunto cru) e grana (que é o queijo grana padano). Uma pausa para o café, sempre presente em nossos passeios. Vitela com espinafre e risoto, bem típico do local. Reparem nas folhas de sálvia fritas na manteiga… ficam divinas!! Um prato com polenta – a polenta é muito saborosa, feita com a sêmola mais grossa do que vemos normalmente por aqui. Os limões sicilianos da Villa Carlota. Arriverdeci… Nós vemos em Bergamo! 🙂

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fonte da imagem: http://www.simonde.com.br/SimondeWeb/Materias/frmMateria.aspx?m=15

Viajamos uma semana pela Lombardia, no norte da Itália. Junto com a vizinha região do Piemonte, a Lombardia é conhecida pelas massas frescas, polentas e risotos. A região é inclusive a principal produtora de arroz do país. Por conta também da produção de pecuária bovina nas encostas das montanhas, é a terra da vitela e conhecida por usar mais a manteiga do que o azeite em seus pratos. Lá, é mais fácil achar massas frescas com molhos à base de creme de leite e manteiga do que molhos de tomate. As sobremesas típicas também seguem a mesma linha do uso da manteiga e do creme de leite: tanto o tiramisù como a panna cotta têm sua origem no noroeste da Itália. Alem destes dois doces, muitos outros são feitos com frutas secas e nozes, em especial as avelãs.

Viram que região mais LIGHT? Não é à toa que eu e o meu marido juntos engordamos 4 kg na viagem 🙂

Levarei vocês conosco nesta aventura gastronômica, passando pelas ruas movimentadas de Milão, pelas encostas do Lago di Como e pelas ruas tortuosas de Bergamo. Aproveitem!

PELAS RUAS DE MILAO

Milão, início de nossa viagem pela Lombardia. É claro que não podíamos deixar de comer os dois pratos mais típicos da culinária milanesa – o risotto alla milanese e a cotoletta alla milanese. Muito simples, mas deliciosos. O risotto é aquele bem básico feito com manteiga, cebola, vinho branco, brodo e queijo parmesão – mas com o toque especial do açafrão e do tutano de boi. A cotoletta é uma boa fatia de lombo de vitela com o osso, empanada e frita na manteiga. Tenho que dizer que é diferente e muito mais gostoso do que o nosso bife, pois a carne é macia e suculenta sem ser muito gordurosa, e a cobertura é bem crocante. Todo restaurante de Milão tem sua versão destes pratos.


Os aspargos, junto com o espinafre e as alcachofras, foram os vegetais mais presentes nos menus milaneses. Comemos também uma piccata di vitello ai asparagi que deixou boas lembranças na Trattoria Bagutta (Pizza San Babila, centro de Milão), restaurante bem antigo e tradicional.


Por recomendação da Adriana Haddad, fomos à Premiata Pizzeria, lugar gostoso e aconchegante e também tradicional em Milão. A pizza escolhida, a Capricciosa, tinha molho de tomates, mussarela, alcachofra, funghi, alcaparras e azeitonas. Combinação deliciosa!


Almoços sempre mais leves para agüentar a comilança do jantar… Este foi “prato de resistência”, comemos mais de uma vez um carpaccio di bresaola, rucola e Parma. Esta rúcula italiana com folhas bem pequenas é simplesmente deliciosa, concentra o gostinho da rúcula sem ser muito picante.


Outro prato de resistência, a famosa salada caprese 🙂


O que mais em Milão? Passamos um final de semana delicioso andando pelas ruas do centro e aproveitando tudo o que havia para ver. Fomos ao Duomo, à Pinacoteca de Brera, ao Castello Sforzesco e à galeria Vittorio Emanuele II, onde comprei um livro bem legal de receitas de risotos na livraria Rizzoli.

Vitrines de dar água na boca no caminho.


Sou viciada nestas castanhas portuguesas assadas que a gente compra nas ruas e que são servidas em um cone de papel de embrulho. Mas as ‘fontes’ de fatias de coco fresco para vender são o toque tropical que achamos em Milão 🙂

Em seguida, rumo ao Lago di Como. Aguardem mais histórias. Olhem só que paisagem “feia” pelo caminho!

PS. Post originalmente publicado no blog Rosmarino e Prezzemolo.

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Comemos muitíssimo bem em Londres. E entre ótimos italianos, chineses e japoneses, tivemos a oportunidade de comer em dois tipos de casas muito tradicionais no Reino Unido – as carveries e os pubs. As surpresas foram tão agradáveis que resolvi contar a vocês um pouco sobre a comida inglesa – muitas vezes pré-julgada como insossa e ruim. É por aí que começamos estas aventuras gastronômicas.

 

Os pratos principais… 🙂

A CARVERY

O verbo “to carve” significa “cortar a carne”, mas não de qualquer maneira, e sim em pedaços e fatias perfeitos para serem saboreados.

Escolhemos uma das carveries mais tradicionais de Londres, a Simpson’s-in-the-Strand, que funciona há mais de 170 anos. O local abriu em 1828 como um clube de xadrez e casa de chá. Para não atrapalhar o andamento dos jogos de xadrez, começaram a oferecer a carne e os acompanhamentos em carrinhos que circulavam pelo salão, o que acontece até hoje. Muitos personagens históricos famosos passaram pelo Simpson’s, entre eles Vincent Van Gogh, Charles Dickens, Sherlock Holmes e George Bernard Shaw.

Na Simpson’s, os assados circulam pelo restaurante em “carrinhos-bandejas” de prata, cobertos por tampas de prata, e são levados até às mesas pelos Master Carvers, ou seja, especialistas na arte de cortar a carne. Estes Carvers precisam passar por um curso de 90 horas para obter seu certificado e aprendem a cortar uma variedade de carnes e juntas, a lidar com diferentes facas e garfos, etc.

Como funciona: você pede o assado – rosbife (Roast Rib of Scottish Beef) ou cordeiro (Roast Saddle of Lamb) – com os acompanhamentos e o carrinho vem até você. O Master Carver vai cortando a carne pedida até você dizer “chega”. Vale repetir quanto quiser! É como um rodízio de carnes brasileiro, mas no caso inglês a ênfase é no ponto certo do assado e nos cortes, e não na variedade de carnes. Em seguida, vêm os acompanhamentos – no nosso caso havia batatas assadas, repolho, Yorkshire pudding e os molhos gravy, molho de raiz forte, molho de menta e uma geléia de frutas vermelhas para o cordeiro.

O PUB

Um pub, literalmente public house, surgiu como um local onde era permitido servir bebidas alcoólicas para o público em geral. Há mais de 57 mil pubs no Reino Unido, pelo menos um em cada cidade, vilarejo ou povoado. Em muitas cidades pequenas é o único local além da igreja onde a comunidade pode se reunir. O escritor Samuel Pepys descreveu o pub como o “coração” da Inglaterra e a igreja como sua “alma”.

Foi nos pubs que primeiro surgiu a idéia de se ter um balcão para servir as cervejas, tornando o serviço bem mais rápido do que servir mesa a mesa. Nos balcões fica a “bomba” de servir as cervejas, sendo que normalmente se pode escolher entre mais de 10 tipos diferentes. É muito semelhante às máquinas de chopp brasileiras, a diferença fica mesmo no tipo, na maior variedade e na possibilidade de escolher entre cerveja na temperatura ambiente, normal (para nós, quente) ou na “extra-gelada” (para nós, boa). Olhem só que lindo o balcão do nosso pub.

Os pubs servem dois tipos básicos de cervejas: as lagers e a ales. A lager é a cerveja de baixa fermentação, de cor mais clara, menos encorpada, menos amarga e normalmente com menor teor alcoólico. São as cervejas típicas da Alemanha e da Europa Central. A ale é a cerveja de fermentação alta, mais comum na Inglaterra e na Irlanda, são mais escuras, mais encorpadas, mais amargas e com maior teor alcoólico, mas também mais frutadas e saborosas. Minha predileta foi a cerveja irlandesa Guinness, que chega a ter um leve gosto de café e é muitíssimo saborosa.

Bom… as comidas nos pubs! Como os pubs eram tradicionalmente lugares para se beber, oferecia-se pouca coisa para comer. No começo eram apenas porções de amendoim, batatas chips e torresmo. Após um tempo, os pubs começaram a servir um lanche frio, chamado Ploughman’s lunch – literalmente o “almoço do lavrador”, ou, se quiserem, “bóia-fria” mesmo. Até hoje é servido, composto de um prato com um bom pedaço de queijo (Cheddar, Stilton ou outro queijo local), picles, um fatia grossa de pão e manteiga.

Nos anos 50, a maioria dos pubs oferecia “a pie and a pint”, ou seja, um pedaço de torta (normalmente feita pela esposa do dono do pub) e um copão de cerveja, Nos anos 60, começaram a servir um prato universal e muito na moda à época, “chicken in a basket” – frango frito com batatas fritas que vinha em uma cestinha e com guardanapos para se comer com a mão. Quem não lembra do Kentucky Fry Chicken?

Desde os anos 90 a comida começou a se tornar parte importante nos pubs e hoje a maioria deles serve almoço e jantar. Muitos pubs oferecem pratos tão saborosos que chegam a rivalizar com bons restaurantes.

As comidas dos pubs são conhecidas por “pub grub” – ou o “grude do pub”. Normalmente os menus dos pubs incluem: steak and kidney pie (um cozido de carne e rins coberto por uma massa de torta), cottage pie (picadinho com especiarias coberto com uma crosta de purê de batatas), sheperd’s pie (a mesma torta feita com carne de carneiro) e fish and chips (peixe à milanesa com batatas fritas), entre outros.

Provamos dois pratos muito típicos: o Bangers and Mash e o Sunday Roast.

O Bangers and Mash é um prato inglês/irlandês com salsichões caseiros sobre purê de batatas e molho gravy de cebolas.

O Sunday Roast é o prato mais tradicional, com rosbife, batatas assadas, Yorkshire pudding, vegetais e molho gravy.

Experimentamos este com cenouras, ervilhas, brócolis e um Yorshire pudding lindo, feito no formato perfeito para se colocar o molho dentro, no The Three Tuns, um pub bem tradicional em Mayfair (1 Portman Mews South, London, W1H 6HR). Este lugar era bem agitado à noite, tocava ótima música (rock dos anos 80/90), tinha pratos gostosos e preços muito bons para Londres. Recomendo.

O mais engraçado mesmo para os brasileiros é que a maioria dos pubs literalmente pára de servir às 11 da noite… eles tocam um sininho, o que significa que você tem que fazer seus últimos pedidos. Mas o mais chocante é que os atendentes ficam depois em volta das mesas gritando: “Vamos acabar logo com isto! Tomem logo isso! Vamos, precisamos dos copos!”… Dá para acreditar? Às 11 e meia fomos praticamente expulsos do pub.

 

Os acompanhamentos 🙂

Além dos onipresentes vegetais que acompanham os assados ingleses – como as batatas assadas, as cenouras e ervilhas na manteiga, o repolho cozido e até mesmo os brócolis, um dos mais apetitosos e diferentes acompanhamentos é o Yorkshire Pudding. Na verdade um suflê (os ingleses me perdoem a comparação com a cozinha francesa!!), o verdadeiro Yorkshire Pudding é muito saboroso porque na sua composição entra a gordura que “pinga” do assado no forno. Seu sabor fica muito especial.

YORKSHIRE PUDDING

Assim que terminar de assar sua carne, separe a gordura que ficou na assadeira para utilizá-la na sua receita. Esta receita rende quatro porções.

½ xíc (chá) de leite e ½ xíc (chá) de água (ou 1 xíc chá de leite) – 1 ovo – sal e pimenta a gosto – 1 xíc (chá) de farinha de trigo – 2 a 3 col (sopa) da gordura que sobrou da carne assada

Você faz assim: separe 2 ou 3 col (sopa) da gordura que sobrou da carne e coloque em um refratário. O ideal para esta receita é um refratário retangular de 28 x 18 cm. Ligue o forno no 220º e coloque o refratário nele. Enquanto isto, faça a massa do pudding. Cada um faz de um jeito: tem gente que mistura primeiro a farinha e o leite, depois o ovo. Outros misturam o ovo com a farinha e depois põem o leite. Alguns acrescentam água. Minha receita predileta é a que segue. Bata bem o ovo com o leite e a água. Junte uma pitada de sal e outra de pimenta, bata mais um pouco e em seguida junte a farinha e bata até misturar bem. Agora, tire o refratário do forno – a gordura tem que estar fervendo – e jogue esta massa sobre a gordura quente. Agora é só voltar ao forno. O pudding vai levar uns 25 minutos para crescer e ficar dourado e crocante. Preste atenção no seu forno, pois se demorar muito ele queimará nas laterais e no fundo e perderá a “crocância”.

Não desanime se não der certo da primeira vez: fazer Yorkshire Pudding é fácil mas requer prática para saber o ponto certo de cozimento! Isto só com o tempo mesmo…

Se quiser fazer uma versão simplificada do Yorkshire Pudding para testá-lo, unte forminhas de muffin com óleo (mais ou menos 1 colher de café por forminha) e leve-as para aquecer bem no forno a 220º. Faça a massa conforme indicado acima. Quando as forminhas estiverem bem quentes, tire-as o forno, jogue nelas a massa e volte ao forno por mais 10 minutos. Atente para não encher as forminhas com mais de dois terços da capacidade, pois o pudding deve crescer!

Outra receita bem simplificada é bater todos os ingredientes na batedeira e levar à geladeira para descansar por duas horas. Aí é só proceder conforme indicado acima.

 

Os tradicionais molhos 🙂

Os assados são acompanhados por uma infinidade de molhos: os caseiros como o de raiz forte, de menta, geléias, chutneys e o mais importante deles, o gravy. Além deste, há sempre potes de molhos industrializados variados, como a mostarda Colman’s (bem diferente da nossa, é bastante temperada com raiz forte) e o catchup entre outros.

 

GRAVY

O gravy é outra instituição da cozinha inglesa e, assim como o Yorkshire pudding, também aproveita o que sobra do assado. O gravy nada mais é do que um molho para servir com o assado feito do seu próprio caldo e gordura e engrossados um pouco.

Esta receita de gravy aprendi no “olhômetro”, vendo minha sogra fazê-la. Pegar a assadeira na qual se assou a carne e levar ao fogo como se fosse uma frigideira. Quando o caldo ferver, jogar um pouco de farinha de trigo (cerca de 1 colher de chá) diluída em ½ xíc (chá) de água. Mexer bem com uma colher de pau até engrossar e ficar com consistência de “sopa”. Acertar o sal e os temperos e está pronto! Cada um faz seu próprio gravy, colocando os temperos que lhe apetecem: caldo de carne, molho inglês, catchup, etc. Na Inglaterra, existem para comprar uns “flocos” de gravy, ou seja, como se fosse um caldo de carne pronto, como existe no Brasil. São ótimos para incrementar seu gravy.

Uma versão simplificada de gravy que não exige o caldo e a gordura do assado é a seguinte. Fazer um roux: aquecer em fogo baixo em uma frigideira 4 col (sopa) de manteiga e deixar derreter. Juntar aos poucos 2 col (sopa) de farinha de trigo e mexer bem com um fouet para não formar grumos. Quando a mistura ficar dourada, juntar ½ xíc (chá) de água fria (ou caldo de carne ou galinha frios) e misturar bem. Quando a mistura engrossar e ficar com textura de “sopa”, adicionar os temperos. Pode ser ½ cubo de caldo de carne, 1 col sopa de catchup, uma pitada de sal, uma pitada de molho inglês… a seu gosto!

 

Ah… finalmente as sobremesas 🙂

TREACLE TART

Pedimos de sobremesa no pub esta torta de sabor incrível, bem diferente do que estamos acostumados.

A é uma sobremesa inglesa tão tradicional que a escritora J. K. Rowling colocou-a como a sobremesa favorita do Harry Potter!! É uma torta cujo recheio é feito basicamente com golden syrup, muito semelhante ao nosso “melado”. Como no Brasil é difícil encontrá-lo, uma alternativa é fazer esta sobremesa com melado, maple syrup (que se acha no Brasil em alguns lugares), ou mesmo mel ou glucose de milho.

350 g de massa doce para tortas (não massa podre) – 135 g de golden syrup – 125 g de migalhas de pão fresco – suco e casca ralada de um limão – 1 col (sopa) de gengibre ralado – 1 ovo batido para enfeitar

Usar dois terços da massa para cobrir o fundo de uma forma de torta desmontável. Cortar o resto da massa em tiras para enfeitar a torta. Aquecer o syrup em fogo baixo, acrescentar as migalhas de pão, uma col (sopa) do suco de limão, 15 g de cascas raladas e o gengibre. Mexer um pouco e jogar sobre a massa de torta. Enfeitar a torta com as tiras de massa, pincelar com o ovo batido e levar ao forno a 180º por 25 minutos. Servir com creme ou com sorvete de creme.

SUMMER PUDDING

No Simpson’s-in-the-Strand, a escolhida foi outra tradicionalíssima sobremesa inglesa, muito aguardada pelas famílias quando chega o Verão. Isto porque para fazer um bom Summer Pudding são necessárias frutas vermelhas frescas, que só aparecem nesta época! As frutas frescas são de fato a alma desta sobremesa, que é di-vi-na e facílima de fazer.

Aí vai uma receita bem fácil de Summer Pudding para quem quiser fazê-lo em casa:

750 g de frutas vermelhas variadas (amoras, framboesas e mirtilos por exemplo), de preferência frescas, mas se não der congeladas mesmo… – 150 g de açúcar – 10 fatias médias de pão (não usar pão branco industrializado por ter a textura muito mole, dê preferência ao pão feito em casa e deixado de um dia para o outro

Leve ao fogo em uma panelinha as frutas vermelhas e o açúcar e cozinhe de 3 a 5 minutos até o açúcar derreter e se misturar às frutas. Não cozinhe muito para as frutas não perderem o frescor. Agora monte os pudins: coloque uma fatia ou pedaço de pão no fundo de cada forminha de muffin, apertando bem pra preencher todos os espaços. Coloque por cima uma colher de sopa de frutas vermelhas e aperte um pouco para o pão absorver o suco das frutas. Repita esta operação até encher as forminhas e coloque por cima delas um prato pesado. Leve-as à geladeira de um dia para o outro. Não se esqueça de deixar um pouco das frutas e do caldo para enfeitar os pudins depois de desenforma-los. Servi-los com creme ou com sorvete de creme.

CUSTARD

O custard é um creme doce feito com leite e ovos e aromatizado com baunilha ou com noz moscada, que serve para acompanhar sobremesas. É muito comum na comida inglesa. Nós o comemos acompanhando uma torta de maçã.

Para fazer o custard:

1 xíc (chá) de leite – 1 xíc (chá) de creme de leite de caixinha sem soro – 4 gemas de ovos – 1 col (sopa) de maisena – 1/3 xíc (chá) de açúcar – gotas de baunilha

Bater na batedeira as gemas de ovos, o açúcar e a maisena até misturar bem. Reservar. Levar ao fogo o leite, o creme de leite e a baunilha e cozinhar por 5 minutos em fogo baixo, mexendo sempre, sem deixar ferver. Juntar as duas misturas batendo sem parar, levar ao fogo por mais 15 minutos mexendo sempre até engrossar. Não deixar ferver.

 

Por fim… chá, café e biscoitos 🙂

Dois outros lugares que visitamos em Londres foi a padaria chique Le Pain Quotidien e a loja gourmet Fortnum & Mason.

A Fortnum & Mason, de origem inglesa, é uma das lojas de comidas gourmet mais famosas do mundo. Aberta em 1707, hoje vende mais de 800 produtos gourmet do mundo todo, de doces a vinhos, passando por carnes, peixes, queijos, frutas frescas, chás e cafés, biscoitos, chocolates. É um espetáculo de lugar… atentem para as frutas cristalizadas em tamanho natural.

A Le Pain Quotidien é uma padaria de origem belga que hoje tem filiais em toda Europa. As de Londres são muito charmosas. O ambiente é super aconchegante, eles trabalham com produtos orgânicos e de alta qualidade e a comida de fato é ótima. Tomei um chá típico inglês lá, com scones (um tipo de pão doce) com clotted cream (um creme que substitui a manteiga) e geléias deliciosas. Além disso, eles têm a pasta de avelãs (tipo Nutella) mais gostosa que eu já provei na vida! (inclusive eu trouxe um “potão” dela na mala…)

SCONES

2 xíc (chá) ou 280 g de farinha de trigo – ¼ xíc (chá) ou 50 g de açúcar – 2 col (chá) ou 10 g de fermento em pó – ¼ col (chá) de sal – 1/3 xíc (chá) ou 75 g de manteiga gelada cortada em cubinhos – 1 ovo grande – 1 col (chá) de extrato de baunilha – ½ xíc (chá) ou 120 ml de creme de leite fresco ou leite

Aquecer o forno a 180º. Em uma vasilha grande, misturar a farinha, o açúcar, o fermento e o sal. Misturar a manteiga em cubinhos delicadamente com as pontas dos dedos, sem mexer muito. Em uma vasilhinha separada, bater o ovo com o creme de leite fresco e a baunilha. Acrescentar esta mistura aos ingredientes secos e mexer só até misturar. Não sovar a massa. Nfarinhar uma superfície e colocar nela a massa. Não é preciso misturar mais, basta abrir a massa com as mãos. Cortar os scones com um cortador redondo de biscoitos ou então cortar a massa com uma faca, em pedaços grosseiros. Levar ao forno em uma assadeira untada por 15 a 20 minutos.

CLOTTED CREAM

Para fazer um clotted cream “brasileiro”, basta bater na batedeira partes iguais de creme de leite fresco e mascarpone, e acrescentar um pouquinho de açúcar e extrato de baunilha. Aí é só comer os scones com este creme e com uma geléia de fruta vermelha da sua preferência. Huuummmm….

PS. Publicado originalmente no blog Rosmarino e Prezzemolo.

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