Sempre procurei ajudar instituições, mas nunca tive com elas envolvimento pessoal. Até dois anos atrás, quando comecei o trabalho no Pró-Família de Ribeirão Preto e mergulhei em um projeto social de longo prazo. Não só por ter mais tempo e disponibilidade, mas também pela identificação com a equipe de voluntárias do Pró.

O trabalho do Pró Família teve início em 1994 com um grupo de apoio à gestante na Favela da Mangueira, em Ribeirão Preto, onde vivem cerca de 1.500 pessoas. Este trabalho levou à criação de uma escola de educação infantil onde atualmente são atendidas 104 crianças de 2 e 5 anos; além das palestras, cursos e oficinas para as mães e famílias da comunidade.

Além da eficiência e seriedade,  a turma de voluntárias do Pró é gente engajada, simples, tranqüila e alto astral, que pega no pesado se for preciso e com quem não há tempo ruim.

Convidada pela Leca, comecei a fazer um trabalho semanal na Oficina de Costura e Ponto-Cruz. Lá encontrei a Dani, a Cláudia e outras voluntárias que hoje são amigas queridas. O projeto da Oficina é ensinar, orientar o trabalho e fornecer material para as mulheres da comunidade criarem produtos que são vendidos no bazar no final de ano. Além da Oficina, este ano iniciei e venho tocando um novo projeto, um curso de culinária de aproveitamento de alimentos.

Enfim, tudo isto para falar do livro “Receitas de Família – volume 2” 🙂

Iniciamos este trabalho em fevereiro do ano passado. As voluntárias do Pró foram atrás de amigos e familiares para conseguir receitas não só “de família”, mas também “aquelas que você faz e que todo mundo elogia, que são uma tradição na sua casa”. E as receitas foram chegando.

Tem de tudo um pouco para se tornar um livro “de bancada” de qualquer um que goste de cozinhar. Tem desde receitas sofisticadas como um pato marinado no vinho tinto ou um stinco de cordeiro com polenta trufada, até receitas simples como bolo de chocolate e panqueca. E tem o básico que todo mundo gosta, como uma boa massa de torta salgada, um cabelinho de anjo bem comfort food, um bom pão doce, uma boa receita de biscoito.

O trabalho do livro foi feito “a muitas mãos”. A Marcia, que tocou o projeto de coletar as receitas, eu que fiz a revisão delas, a Daniela que negociou com a editora a publicação do livro, a Roberta que idealizou os patrocínios e liderou a equipe atrás deles, a Elisa que trabalhou duro para o lançamento e a divulgação do livro, e as outras que estavam lá para toda obra, inclusive para abrir e carregar caixas pesadas né Sossô, Fernanda, Leca, Cláudia?

Enfim, não é porque é meu filho, mas o livro ficou lindíssimo 😀 Desde a introdução simples e bonita da Rosana à capa, ilustrada por uma pintura de cena de piquenique em família feita pela Lolô Junqueira especialmente para ilustrá-lo. A primeira tiragem do livro vem numa linda embalagem de pano em dois modelos, tipo “sacolinha” ou tipo “saquinho”.

Quer um? Para quem está em Ribeirão Preto, o livro está à venda em diversos pontos como Casa Affonso, Carla Amorim/Dei Due, Mercovino, Mabruk, Dona Flor, Maria Cabeleireira, Antonio Bernardo, Montage Interiores, Platino Cabeleireiros e Paraler. Preço: R$ 50,00. Para quem é de fora de Ribeirão Preto, posso mandar o livro pelo correio. O valor do correio para envio de impresso por Registro Módico fica por volta de R$5,00.

Semana que vem tem receita do livro aqui e sorteio de um exemplar para os leitores do Rosmarino. Não percam!
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Confesso que nunca fui muito fã de espumantes, mas os rosés  têm me feito bem feliz ultimamente. Como eles são uma delícia para beber no calor e vão muito bem com aperitivos, saladas leves  e comida japonesa, digamos que têm seu valor não? E acho os espumantes rosés mais frutados e mais gostosos de beber do que os espumantes ‘normais’. Fora que a cor é linda hehe 🙂

Para brindar o blog novo, dou três sugestões de espumantes rosés que provei recentemente e gostei muito. Cada um deles em uma faixa de preço – mais baixo, médio e mais alto – para todos os gostos e bolsos. Também incluo outras sugestões de amigos que gostam de espumantes rosés e não ficam sem o ‘refrigerante espanhol’ né @ladyrasta ? 😀

 

Espumante Hermann Bossa Nº 3 Rosé

Espumante nacional que provamos em um casamento no qual todos os vinhos foram bem escolhidos. Este espumante rosé, produzido pela vinícola gaúcha Hermann,  é uma novidade apresentada este ano pela Decanter. Feito com um assemblage de uvas Pinotage, Cabernet Franc e Chardonnay, é fresco e fácil de beber.  Uma boa surpresa e um achado na relação preço x qualidade. Menor preço encontrado: R$ 29,80 no Emporio Portofino.

 

 

 

Filipa Pato 3B Rose Brut

Com uma suave cor salmão, este espumante português é elaborado com as uvas Baga (75%) e Bical (25%) e produzido na região de Bairrada/Beiras por Filipa Pato, filha do conhecido enólogo Luis Pato e umas das enólogas mais influentes de Portugal.  Filipa Pato inclusive venceu este ano o Oscar do Vinho, atribuído pela publicação gourmet alemã “Feinschmecker”, como melhor produtora do ano. Foi o espumante do nosso Reveillon e fez ótima figura. Mais encorpado e muito saboroso, é uma ótima opção de preço médio.  Menor preço encontrado: R$ 38,90 na Casa Vidigal.

 

Elyssia Pinot Noir Brut

O Elyssia Pinot Noir Brut é uma cava rosé premium da Freixenet, empresa espanhola líder mundial na fabricação de espumantes. Feito com um assemblage de uvas Pinot Noir e Trepat, é frutado, refrescante e super saboroso. Foi a cava que a nossa Turma do Vinho escolheu este ano para brindar a festa de Natal e foi o melhor espumante rosé que tomei ultimamente, pra se apaixonar ao primeiro gole! Como o preço dele é salgado, fica para as ocasiões especiais.  Menor preço encontrado: R$ 85,60 na Cia. do Whisky.

 

 

OUTRAS RECOMENDAÇÕES DE AMIGOS

Chandon Brut Rosé

Um sempre bom espumante rosé nacional, clássico assemblage de uvas Riesling, Chardonnay e Pinot Noir. Tem muita gente fã dele, que não o troca por novidades. Do tipo que não tem erro. Menor preço encontrado: R$ 49,90 na Super Adega.

Espumante Baga Rosado Bruto Luis Pato

Espumante rosé português de um conceituado produtor, Luis Pato. Mais seco e encorpado, feito com a uva Baga, interessante para quem quer se aprofundar nos espumantes rosés. Novidade que vale testar! Menor preço encontrado: R$ 70,81 na Mistral.

Cava Codorniu Rosé Pinot Noir Brut

Ótima e tradicional opção de cava rosé, para competir com o Elyssia. Menor preço encontrado: R$ 74,90 na Adega Bonna Mania. Dica da @cozinhadeideias: se estiver passando por algum free shop brasileiro, lá este espumante sai por US$ 19,50, ou seja, por volta de R$ 35,00 🙂

Raventos i Blanc Cava de Nit Brut Rosé

Recomendação para o final do ano da Isabela e do Rodrigo do Empório Basilico de Araraquara. Uma cava rosé da Catalunha, feita com as uvas Macabeo (Viura),  Xarel-lo, Parellada e  Monastrell; que está presente na carta de vinhos dos melhores restaurantes espanhóis. Uma cava que apesar do preço salgado teve todas as suas garrafas vendidas.  Confio na minha opinião deles, portanto aqui mais uma opção de cava rosé para vocês. Menor preço encontrado: R$ 99,15 no Empório Basilico.

Agradeço a @DanielaAF, @maricampos, @ladyrasta, @lunoggy, @fezoca, @cozinhadeideias, @NavegantesRest, Marion C., Fernando P., Jacques B. e  Emporio Basilico pelas dicas.

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O ano de 2011 foi de muitas reflexões e o blog Rosmarino  também entrou nesta. Aproveitei para trocar ideias sobre o que poderia mudar nele.  Com isto, cogitei diminuir a amplitude de assuntos e ajustar o foco para apenas um tema, sejam receitas, viagens ou vinhos. Mas conclui que deixar de lado um assunto pelo outro seria descaracterizar um projeto que venho tocando há 4 anos e do qual gosto muito.
Assim, o antigo Rosmarino  continua variado mas ganha agora um domínio próprio e um visual novo para marcar sua identidade  e ajudar o leitor a encontrar mais facilmente o que procura. Seguindo sugestões, tornei a visualização destes diferentes temas – RECEITAS, RESENHAS, VIAGENS E VINHOS – mais fácil de navegar. E ainda criei mecanismos de compartilhamento dos posts nas diversas redes sociais.
 Não em um blog especializado, mas em uma pequena revista de variedades, com um pouco de tudo 🙂
E como não podia deixar de ser, semana que vem tem post com um brinde para festejar a casa nova! Sejam bem-vindos!

 

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Santiago do Chile é uma cidade bem legal para quem gosta de comer e beber. Já de começo tem os vinhos chilenos, alguns que a gente nunca viu no Brasil, com preços de vinho nacional 🙂 E segundo porque há uma seleção de restaurantes descolados, modernos e gostosos que competem com São Paulo nos quesitos comida e bebida mas ganham no quesito preço 😀

Duas regiões da cidade são especialmente interessantes por serem agradáveis para caminhar e reunirem atrações enogastronômicas para deliciar qualquer bom gourmet.

Av. Isidora Goyenechea e arredores

Região muito gostosa para andar, bem arborizada e praticamente residencial, mas que concentra alguns dos bons hotéis e restaurantes de Santiago.

No badalado Hotel W há dois bons restaurantes, o NoSo de comida francesa e o japonês Osaka. Mas o mais interessante são as lojas Coquinaria  e El Mundo del Vino, uma ao lado da outra, no mesmo prédio do hotel. Junto delas, o Juan Valdez Café para um lanche rápido.

A Coquinaria é uma delícia para almoçar e para comprar guloseimas e coisas de cozinha. E linda só para olhar também, já que seus preços são meio proibitivos. Fomos lá perto do Natal e a loja tinha árvores de Natal e outras decorações com nozes e frutas secas, criativo e bonito.

El Mundo del Vino é um dos paraísos de quem gosta e quer comprar vinho em Santiago. A loja é grande e bem completa e os vendedores solícitos. (Tenha em mente que a franquia de bagagem por pessoa voando para/do Chile é de uma mala de 23 kgs! Muito fácil ultrapassar este limite com garrafas de vinho e a bagagem extra na LAN é bem cara).

Mais para frente, a um quarteirão de distância, fica a antiga e tradicional Confiteria Torres, onde o gostoso mesmo é sentar-se nas mesinhas da frente, tipo ‘bistrô parisiense’, e pedir um espresso (muito bem tirado, o melhor que tomamos no Chile) e aproveitar para olhar as pessoas caminhando na rua. Também ali ao lado tem um Starbucks, com a sempre útil internet gratuita 🙂 Dê uma volta na praça na frente do W e mais adiante, na própria Av. Isidora Goyenechea, pare para comer uma pizza no Tiramisú, restaurante informal e bonitinho com boas pizzas e massas.

Nos arredores, a meia hora de caminhada ou a 5 minutos de táxi, fica o bairro da Providencia, onde há vários bons restaurantes. Entre eles o Aqui Está Coco, o Rivoli, o Astrid & Gastón e o Le Bistrot.

Ficamos na maior dúvida entre escolher um lugar novo ou voltar ao Aqui Está Coco, onde estivemos na nossa primeira viagem ao Chile, há mais de 10 anos. No fim, resolvemos voltar ao Aqui Está Coco por razões saudosas. Este restaurante é considerado turístico e muita gente torce o nariz para ele. Pois fomos e não nos arrependemos. Comemos frutos do mar muitíssimo frescos e bem feitos e a mesma sobremesa de 10 anos atrás, que continua ótima, a torta folhada de doce de leite. De quebra o sommelier era ótimo e com ele aprendemos a tomar os Sauvignon Blancs chilenos, que achamos bem mais gostosos que os Chardonnays, normalmente nossa uva branca predileta. Depois, pesquisando nos blogs amigos, descobri que não somos os únicos que gostamos deste restaurante, né Edu Luz e Destemperados?

 

Av. Nueva Costanera e arredores

Este é o point para quem gosta de comer bem e quer conhecer os lugares mais descolados de Santiago. Ao longo da Av. Nueva Costanera, que é outra ótima avenida para andar a pé, alguns dos restaurantes mais bacanas de Santiago dividem espaço com hotéis lindos e lojas de luxo nas ruas transversais, como a Alonso de Córdova. Além dos restaurantes, na Nueva Costanera tem uma ótima enoteca, a Wain, com preços um pouco melhores do que o El Mundo Del Vino em um espaço mais personalizado. Na frente da Wain, outra boa surpresa: uma loja da KitchenAid para babar bastante nas batedeiras e demais utensílios domésticos super bacanas 🙂 Continuando a pé está o La Mar e após mais alguns quarteirões ficam o Boragó e o Sukalde, um ao lado do outro. Um pouco mais longe, nos arredores, o bom restaurante Astoria.

Seguindo as dicas do Edu Luz e da Nina, escolhemos o Boragó para o nosso jantar de comemoração de 15 anos de casados. Valeu muito! Escolhemos o menu degustação acompanhado de vinhos (ou cervejas e chás, dependendo do prato!) e foi muito divertido e gostoso. Com uma qualidade de pratos e vinhos que em São Paulo certamente custaria o dobro do preço. No Boragó finalmente perdi a birra dos vinhos Pinot Noir, depois de ter provado o Anakena Pinot Noir 2009.

Em tempo: se quiserem saber mais destes restaurantes em Santiago, não deixem de ver os posts do DCPV, dos Destemperadose do Gourmandise sobre eles.

Mercado Central e arredores

Last but not least… Deixei por último este capítulo e nem considerei esta região porque, para mim, foi uma decepção total. Tenho alguns amigos que são super fãs do Mercado Central de Santiago e recomendaram uma vista a ele. Mas li críticas no DCPVe no Viaje na Viagem e fiquei na dúvida. No fim fomos de teimosos. De fato a insistência dos garçons do Donde Augusto, restaurante onipresente no mercado, enche um pouco. Mas o pior não foi isto. Chegamos ao Mercado após as 15h e o lugar estava cheio de lixo e restos de peixe jogados no chão, quase todas as barracas de peixes fechadas e as poucas abertas cheias de moscas pousando na ‘mercadoria’. Um cheiro de peixe podre aqui e acolá, fomos embora depois de 5 minutos.

Sim, estou cansada de saber que em feira e mercado tem que ir cedo, mas esperava mais de um ponto turístico de Santiago. Se alguém ainda tem vontade de ir ao Mercado Central de Santiago, faça um esforço para chegar pelo menos antes das 10h da manhã, quando o movimento das barracas de peixes e frutos do mar é maior.

Nos arredores do mercado, caminhando por cerca de 30 minutos (uma caminhada meio árida, não tão agradável como nas duas regiões acima), chega-se ao Pátio Bellavista, dito shopping a céu aberto com bons pequenos restaurantes. Não sei se pelo horário, ou pela época do ano, mas o que vimos no Bellavista foram lojinhas de artesanato, de bijuterias e de souvenirs, nada incrível ou diferente, o mesmo de sempre.

Na rua atrás do Pátio Bellavista há muitos restaurantes, entre eles oComo Água para Chocolate, que é bem gostoso. Desta vez não estivemos lá, mas é um programa legal para quem vai visitar La Chascona, a casa do Pablo Neruda, que fica ali perto e é para mim um dos programas mais legais para fazer na cidade.

Agradeço as dicas da Mari Campos, do Edu Luz, da Nina e da Natalie.

E com este post o Rosmarino e Outros Temperos encerra o ano de 2011. Desejo um Feliz Natal e um bom Ano Novo para todos vocês! E aguardem que 2012 traz grandes novidades para o blog 🙂

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Uma das dúvidas mais frequentes de quem vai ao Atacama é como escolher os passeios. São tantas opções e quase sempre poucos dias para aproveitá-las, que fica dificil mesmo saber o que fazer. Tentarei aqui ajudar os viajantes aventureiros nesta dura mas deliciosa tarefa. Lembrando que se trata da minha opinião e não de um tratado a respeito 🙂

Para começar, é importante considerar dois aspectos. O primeiro deles é respeitar seus limites físicos. Ceder à pressão do grupo e topar fazer um passeio para o qual você não está preparado pode trazer dores, contusões, mal estar. Fora o constrangimento perante o grupo. Por exemplo: a caminhada pelo Valle de la Luna é muito interessante, mas são mais de 6 km andando num altitude de 2.400 m, incluindo pelo menos três subidas, uma delas por uma duna de areia onde o pé afunda. Por mais tentador que seja, só vá se você aguenta mesmo.

O segundo ponto a considerar na sua estratégia de escolha de passeios é a altitude. Pense que você está a 2.400 m acima do nível do mar e alguns dos passeios são feitos a mais de 4.000 m. O recomendado é que se faça uma adaptação gradual à altitude. Assim, quando chegar, planeje seus passeios levando em conta que os mais “altos” terão que ser feitos ao final da jornada.

Uma outra dica é procurar diversificar as atividades para que seu dia fique mais interessante. Se andou muito de carro pela manhã, faça uma caminhada à tarde. Cavalgou de manhã? Procure um passeio de bicicleta para fazer no final do dia, e por aí vai.

OBS. os passeios variam um pouco de hotel para hotel. Estou tomando por base os passeios promovidos no Explora. Os demais hotéis devem ter pequenas variações em percursos e trajetos.

PASSEIOS IMPERDÍVEIS

Na minha opinião, são três os passeios imperdíveis: os Gêiseres de Tatio/Termas de Puritama, os Salares do Altiplano e o por-do-sol na Laguna Chaxa do Salar de Atacama. Destes, os dois primeiros só podem ser feitos a partir do terceiro dia em que você está no Atacama, sendo que o dia em que você chega, mesmo de noite, conta como sendo o primeiro dia. Não tivemos tempo para ir, mas se você tiver, não perca o Salar de Tara, um dos passeios mais completos no Atacama.

Gêiseres de Tatio/Termas de Puritama

 

O grande inconveniente deste passeio é que é preciso sair às 5h30 da manhã, pois são duas horas até o local dos gêiseres e estes só estão ativos de manhã bem cedo. Quem chega mais tarde vê só os ‘buracos’. Também é preciso ir bem agasalhado, por conta do horário e da altitude. Mas é muito bacana ver os gêiseres de perto. E depois, quando o dia esquenta e o percurso continua para uma altitude mais baixa, nadar nas águas cristalinas, limpíssimas e quentes das Termas de Puritama. Uma verdadeira delícia 🙂 Este passeio também é interessante pelos contrastes, há lindas paisagens de um deserto tipo ‘faroeste’, com cactus, pequenos animais, lagunas, vegetação rasteira em alguns pontos. Bem diferente do cenário desolado do Valle de La Luna, por exemplo.

Salares do Altiplano

O passeio aos Salares do Altiplano também é imperdível. Neste local ficam as lagoas mais azuis, os salares mais brancos, as paisagens mais desoladas e tranqüilas. Fora de temporada você pode dar a sorte de visitar estes locais incríveis praticamente sozinhos, como aconteceu conosco. As lagunas Miscanti, Miñiques, Tuyajto e o Salar de Águas Calientes Sur são deslumbrantes, com coloridos e formatos absurdos de tão bonitos. Durante o percurso, lindas vistas dos vulcões e das montanhas com neve.

Salar do Atacama/Laguna Chaxa

É legal ver os flamingos no Salar do Atacama, mas o lugar é especialmente bonito no por-do-sol, quando as cores do poente se refletem nas águas, nos salares, nas pedras e no céu do lado oposto. Inesquecível e imperdível!

 

CAMINHADAS

 

Para quem gosta – e agüenta – caminhar, o deserto oferece paisagens lindas e muito diferentes, um silêncio repousante, detalhes de pedras, vegetação e animais que a gente nunca viu antes. Uma experiência incrível mesmo! Para mim, as caminhadas mais legais são a de Kamur/Valle de la Luna e de Guatin/Punta Del Inca. A de Kamur é um pouco mais puxada, já que são 6,5 km e há duas ou três subidas um pouco mais íngremes, além da caminhada pelas dunas. Mas as paisagens que parecem o solo lunar são fantásticas. A de Guatin é mais leve, são 3,5 km descendo pela beira de um rio e um cânion, com vegetação típica desértica, um percurso também bacana. Para os fortes, há outras opções mais puxadas, como Machuca/Rio Grande e Copa Coya.

CAVALGADAS

Mesmo para quem não costuma cavalgar, fazer um passeio a cavalo pelo deserto é uma experiência interessante. Nem todos os hotéis oferecem estes passeios, alguns não tem um plantel de cavalos próprios, mas se o seu hotel oferece cavalgadas, faça pelo menos uma em nome da aventura 🙂 Eu gostei da cavalgada pelo Valle de Quitor, bem tranqüila e ótima para quem não está muito familiarizado com os cavalos. Uma outra interessante, um pouco mais puxada, é a cavalgada pelo Valle de la Muerte. Para quem anda bem a cavalo, é imperdível fazer a cavalgada pela Quebrada Del Diablo.

PASSEIOS DE BICICLETA

Quase todos os percursos de bicicleta são relativamente planos e as bicicletas dos hotéis normalmente boas. Nós aproveitamos para pegar bicicletas no hotel e dar uma volta pela cidade de San Pedro do Atacama. Na rua principal, a Caracoles, é preciso prender a bicicleta em um cadeado e continuar a pé. Mas vale a pena dar uma volta de bicicleta e olhar de perto as pessoas, as casas, a vida acontecendo no local. Um passeio bom para fazer de bicicleta é o da Laguna Cejar. São 18 km em um percurso quase todo plano e no final um banho na laguna Cejar, cujas águas são tão salgadas quanto as do Mar Morto e onde é uma delícia boiar. Mas é preciso encarar a água fria! Se for fazer este passeio, coloque na sua mala uma sandália tipo ‘papete’ para entrar na lagoa. A volta é feita de van.

No hotel onde fiquei, a van acompanhava o passeio de perto e quem cansava podia desistir no caminho. Uma mão na roda para os que querem fazer o passeio mas estão receosos da sua falta de forma física. Procure se informar no seu hotel desta possibilidade antes de fazer o passeio.

ASTRONOMIA

Dizem que o céu do Atacama é um dos mais bonitos do mundo. Assim, se você se interessa pelas estrelas, não deixe de fazer um passeio astronômico 🙂

Alguns hotéis, como é o caso do Explora, oferecem um tour no próprio hotel. Nele, um guia leva o grupo a um local um pouco afastado e faz uma explanação sobre o céu do deserto do Atacama a olho nu. Em seguida, leva ao observatório para ver estrelas e planetas através de um telescópio eletrônico.

Mas para quem não está neste hotel, há um passeio ainda mais bacana, contratado direto na cidade e promovido pelo astrônomo francês Alain Maury e sua esposa, em sua própria casa, próxima a cidade de San Pedro do Atacama. Os tours são feitos em três linguas: inglês, francês ou espanhol, em três horários diferentes. Há uma explanação bastante completa sobre o céu a olho nu e como identificar planetas, constelações, galáxias e nebulosas. Em seguida, é feita a observação de estrelas e planetas em cinco telescópios já montados. Quem foi, adorou!

E boa viagem!

Em tempo: no blog Viaje na Viagem tem um post muito bom para quem procura hotéis e operadoras de turismo no Atacama, inclusive com muitas dicas de leitores que foram para lá. Confiram aqui. Os blogs Matraqueando e Rotas Capixabas tem excelentes posts sobre o Atacama. Para ler antes de ir!

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Este post é para o Adriano B., para a Carmo, para a Carla e o Fernando, que vão para o Atacama nos próximos meses. E também para vocês que planejam uma viagem para esta região e estão curiosos e/ou apreensivos com o que vão encontrar por lá. O deserto do Atacama  faz parte daqueles destinos que chamamos de “turismo de aventura” e que requerem certos cuidados e considerações. Assim, se você planeja ou já engrenou uma viagem para o Atacama, aqui vão algumas dicas úteis para sua viagem ficar ainda mais legal. Prepare-se!

MELHOR ÉPOCA PARA IR

As melhores épocas do ano para ir ao Atacama são na primavera (setembro a novembro) e no outono (março a maio), já que no deserto a amplitude térmica é muito acentuada e nestas épocas as temperaturas são mais amenas (menos frio à noite e menos calor de dia). Também há menos risco das intempéries atrapalharem a sua viagem. Por exemplo, a chuva no Atacama no verão (pouca, mas que vira neve em alguns pontos mais altos) pode bloquear estradas e impedir alguns passeios, como os gêiseres de Tatio, um dos mais interessantes.

COMO PLANEJAR A VIAGEM

Ao planejar sua viagem ao Atacama, leve em conta o fato de que deverá pegar (no mínimo) dois voos – São Paulo (ou Rio de Janeiro) a Santiago, depois Santiago a Calama – e ainda um transporte por carro de Calama até a cidade de San Pedro do Atacama (cerca de uma hora de viagem). Ou seja, isto toma tempo e tem que ser considerado nos dias que você reserva para sua viagem. Lembre-se também que, se você chegar à noite no Atacama, vai pagar uma diária de hotel praticamente para dormir 🙂 Considere a logística.

LAN Chile faz os voos mais baratos e com mais oferta de horários entre São Paulo (ou Rio de Janeiro) e Santiago do Chile, e entre Santiago e Calama. Se você pretende visitar o Atacama com conforto, pesquise os seguintes hotéis na região: ExploraKunzaTierra AtacamaAlto Atacama. Todos oferecem excelentes acomodações, boa comida e bebida, estrutura para fazer os passeios e mimos que, como bem disse a Boia do Viaje na Viagem, variam conforme o preço dos locais.

O QUE VESTIR

Lembre-se que esta é uma viagem de aventura 🙂 e tente segurar o ímpeto de levar muitas bolsas, sapatos de salto alto, bijoux  e coisinhas do tipo. Para fazer passeios no Atacama o ideal são calças confortáveis (muita gente leva aquelas calças que se transformam em bermudas), sejam de brim, sarja ou de moleton mesmo. Camisetas de cores claras, um bom tênis para caminhadas, um chapéu para enfrentar o sol, um bom par de óculos escuros, um maiô. Os casacos dependem da época do ano. Na primavera, no outono ou no verão, um casaco leve é suficiente. No inverno, casacos mais acolchoados e com proteção contra o vento são muito importantes.

Um ponto crucial: mesmo no verão os locais em altitudes mais elevadas são sempre muito frios, principalmente pela manhã. Imagine que San Pedro do Atacama está a 2.400 m de altura e este é o local mais baixo. Assim, para ir aos gêiseres do Tatio (passeio que sai de madrugada) e aos Salares do Altiplano, que ficam a mais de 4.500 m de altitude, é imprescindível ter um bom casaco de frio. No final de novembro passado, por exemplo, estava 4ºC quando chegamos ao local dos gêiseres! No inverno, é importante levar gorro e luva para fazer estes passeios, além de uma proteção térmica para as pernas e para a parte de cima do corpo. Para quem vai na primavera e no outono, acrescente na sua mala a proteção térmica para as pernas e para o corpo e o casacão, é suficiente.

O QUE LEVAR

O deserto do Atacama é o mais seco do mundo e, além da aridez, a incidência solar é fortíssima. Imaginem um local com ar rarefeito, praticamente sem sombras e com grandes superfícies que refletem o sol. Ou seja, não subestime o sol! Eu que sou morena fiz um passeio de cavalgada sem protetor solar no colo e cheguei muito vermelha. Leve protetor solar, use pela manhã, repasse à tarde. Fora os já mencionados chapéu e óculos escuros.

O maiô é importante, pois será bem usado nos passeios às termas de Puritama (água quente) e à Laguna Cejar (água fria!). No verão/outono/primavera, para ficar por lá durante o dia: bermudas, shorts, camisetas, sandálias rasteiras, maiô. No inverno, roupa esportiva um pouco mais quente.

Outro artigo muito útil é uma mochila. Pense que você vai caminhar (muito ou pouco, depende da sua forma física) e vai precisar das mãos para subir em pedras, tirar fotos, beber água. E vai precisar guardar as roupas de frio durante as horas quentes do dia. Normalmente, os hoteis fornecem aos hóspedes uma garrafinha de água individual, que você deve encher antes de cada passeio. Esta garrafa pesa e também fica mais fácil levá-la na mochila.

O Atacama é um dos lugares mais fotogênicos que eu conheço 🙂 Se você curte fotografia, não esqueça a câmera! Se tiver uma lente com bom alcance, melhor ainda.

COMO ESCOLHER OS PASSEIOS

Assunto compriiiiido, fica para o próximo post. Aguardem 🙂

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Turismo de aventura está na moda. E não falo aqui do turismo praticado por aventureiros, que põem uma mochila nas costas e saem por aí, para o que der e vier. Quero tecer algumas considerações sobre o turismo de aventura para leigos, ou seja, para nós que viajamos com filhos, que já não estamos na mais tenra idade e nem na mais perfeita forma física, que já queremos um mínimo de conforto e, se possível, unir as aventuras a experiências gastronômicas e outras 🙂

Mas por que escrever sobre isto? Porque tenho observado nas viagens que fiz ultimamente uma parcela de brasileiros seduzidos pela moda do turismo de aventura, pelas lindas fotos tiradas por um amigo, pelo status de dizer que foi a este ou aquele lugar – mas que não estão minimamente preparados para este tipo de viagem. E que vão ter suas expectativas um pouco – ou muito – frustradas. E convenhamos, para quase todos nós mortais o tempo e o dinheiro para as férias são bens escassos e precisam ser muito bem aproveitados.

Ou seja, quem quer fazer uma expedição pelas geleiras da Patagônia, pelo deserto do Atacama, pelos rios e florestas da Amazônia, pelas dunas e manguezais dos Lençóis Maranhenses ou ainda um safári na África, entre outros destinos, tem que estar ciente de certos aspectos inerentes a este tipo de turismo. E ver se esta é, de fato, a sua praia. Ou se seria melhor curtir uma praia de verdade, com areia, sol, mar e muito sossego.

Vamos lá.

Turismo de aventura com conforto é caro

Sim, não tem jeito. Os hotéis onde o turismo de aventura é praticado, sejam eles confortáveis ou luxuosos, normalmente ficam no meio do nada: na selva, no deserto, nas geleiras, etc. É quase sempre difícil e caro manter uma estrutura nestes locais, trazer suprimentos e treinar pessoas. E a maioria destes hotéis tem um comprometimento com a sustentabilidade: procuram interferir o mínimo possível na Natureza, promovem programas de reaproveitamento e reciclagem e prestam serviços à comunidade (por exemplo, os guias do Explora Atacama dão aulas de inglês para as crianças da cidade de São Pedro do Atacama), ações que podem encarecer ainda mais a operação do local. Ou seja, só vá se você curte muito este tipo de aventura. Vi gente nestes hotéis que se recusa a acordar cedo para os passeios ou deixa de fazer vários deles para ficar lagarteando na piscina. Nada contra isto, mas financeiramente não compensa mesmo 🙂

Respeite os horários e o ritmo da Natureza

Estes hotéis onde se pratica turismo de aventura com conforto (ou luxo) são quase como um acampamento: há horários rígidos para acordar, não se pode atrasar para os passeios e em alguns casos é preciso acordar de madrugada mesmo. Por exemplo, nos safáris na África durante o verão sair tarde significa não ver muitos animais, pois eles se escondem por causa do calor. No Atacama, os gêiseres só aparecem de manhã bem cedo. E experimente andar pelo deserto mais árido do mundo entre 11 da manhã e 3 da tarde! Ou seja, é necessário respeitar o ritmo da Natureza. A pontualidade também é um elemento essencial, já que os passeios normalmente exigem veículos adaptados ao clima e relevo do local, as distâncias são grandes, é necessário ter gente treinada e equipamentos de segurança, pelo que os passeios normalmente são montados para grupos e não individualmente e não dá para simplesmente dormir mais meia hora e deixar todo mundo esperando.

Fique ciente das intempéries

Quando a gente lida com a Natureza, está sujeito às intempéries. Se chover, simplesmente não dá para fazer o safári, já que o carro é aberto. Andou horas e não viu nenhum animal interessante? Acontece. Em alguns lugares as estradas de acesso são precárias e quando chove algumas ficam intransitáveis e simplesmente não dá para fazer determinados passeios. Foi fazer o passeio para observar as baleias e elas não apareceram? Faz parte. Não dá para apertar um botão como na Disney para ver as maravilhas da Natureza. Isto é muito importante principalmente em relação às crianças, pois precisamos gerenciar muito bem suas expectativas neste tipo de viagem. Paciência, não adianta esbravejar, são riscos inerentes ao turismo de aventura.

Prepare-se para passar desconforto

Turismo de aventura, mesmo com conforto ou luxo, demanda algum desconforto e é preciso estar preparado para isto. Primeiro, como já falei acima, a questão dos horários rígidos e de ter que acordar algumas vezes de madrugada. Prepare-se ainda para passar frio, passar calor, ficar no vento, engolir uma montanha de pó, sacolejar num veículo desconfortável por horas, ficar com o sapato cheio de areia ou com a garganta seca, ser comido pelos bichos. Não gostou da ideia? Desista do turismo de aventura, melhor ir mesmo curtir uma praia, andar ao léu pelas ruas de alguma cidade charmosa ou fazer um cruzeiro, o que te apetecer mais.

Porém, se você topar encarar todos estas questões com espírito esportivo, disposição e paciência, será recompensado com grandes emoções e com algumas das experiências mais incríveis que uma pessoa pode ter na vida. Poucas coisas são tão bacanas como o silêncio do deserto ou das geleiras e suas paisagens contrastantes, o som da selva e a observação dos animais vivendo no seu mundo, como se você não estivesse lá. Ou andar a pé dentro de uma floresta e poder explorá-la. Certamente compensa, e muito!


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Sou absolutamente maluca por maple. Só de sentir aquele aroma de ‘madeira’ já fico com água na boca. Assim, na última viagem garanti meu estoque não só do maple syrup como também do maple sugar, um açúcar cristalizado feito de maple que é uma delícia. Mas o tempo foi passando e havia ainda aqui em casa um resto destes ingredientes que estavam para vencer no mês que vem. Resolvi usá-los numa receita com abóbora e nozes pecãs, uma combinação que vi uma vez em algum blog e que ficou na minha cabeça.

Como não achei o link dos muffins originais, fiz uma receita inventada. 🙂 Mas deu muito certo. Os muffins ficaram muito gostosos, não tão doces e bem substanciosos como todo muffin deve ser, na minha opinião! E acabaram rapidamente, o sinal mais inequívoco de que fizeram sucesso de fato.

Muffins de abóbora, maple e nozes pecãs

2 ovos
1 xícara (chá) de abóbora cozida e amassada com o garfo
1 pote de iogurte integral (190 g)
¼ xícara (chá) de óleo
¼ xícara (chá) de maple syrup
1 xícara (chá) de maple sugar (não se assustem, ele não é tão doce como o branco refinado!)
½ colher (chá) de pumpkin pie spice (usei o restinho de uma deliciosa que ganhei da @fezoca)
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó
½ xícara (chá) de nozes pecãs picadas grosseiramente

cobertura

¼ xícara (chá) de nozes pecãs bem picadas
2 colheres (sopa) de maple sugar

Preaquecer o forno a 180ºC. Untar e enfarinhar 12 forminhas de muffins (se quiser use as de papel). Em uma vasilha, bater os ovos com um fouet. Juntar a abóbora, o iogurte, o óleo e o maple syrup. Misturar. Juntar o açúcar e a pumpkin pie spice e deixar incorporar aos demais ingredientes. Peneirar por cima a farinha misturada com o fermento em pó. Misturar novamente e por fim juntar as nozes pecãs picadas. Colocar a massa nas forminhas e cobrir cada uma com um pouco da farofinha feita com as nozes pecãs e o maple sugar. Levar ao forno por cerca de 20 minutos.

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Aqui em casa salmão faz bastante sucesso. E como tento incluir o máximo possível de pratos de peixes do mar no cardápio do dia-a-dia, acabamos fazendo salmão semanalmente. E dá-lhe receitas diferentes para não enjoar. Já fiz bastante o salmão no forno da dra. Ana Lucia, minha dermatologista de São Paulo, com vinho branco e muuuuito alho poró passado no azeite. Com gengibre e balsâmico, uma receita da minha mãe. No papillote com suco de limão, azeite, alcaparras, sal e pimenta. E nos dias sem imaginação nenhuma, apenas dourado em um fio de azeite ou um tiquinho de manteiga e polvilhado com flor de sal.

Este salmão é um dos atuais favoritos aqui em casa. Surgiu por acaso depois de uma visita ao mercado japonês, onde fui comprar os ingredientes para fazer o soba com gergelim da @TKitchen_blog. Uns dias depois, aproveitei quase os mesmos ingredientes para criar este salmão agridoce. Ele é facílimo de preparar. Perfeito para um dia de preguiça.

Salmão agridoce com gergelim

1 filé de salmão (o meu tinha 880 g)
300 ml de saquê mirin para uso culinário
3 colheres (sopa) de shoyu
1 colher (sopa) de mel
1 colher (sopa) de óleo de gergelim
1 colher (sopa) de molho de ostra
1 colher (sopa) de gergelim tostado na frigideira
sal a gosto

Colocar o filé de salmão em um refratário do mesmo tamanho dele, sem deixar sobrar muito espaço, com a pele virada para cima. Cobrir com o saquê mirin e deixar na geladeira de um dia para o outro. No dia seguinte, retirar o salmão, escorrer o saquê e descartá-lo. Colocar o filé de salmão no refratário novamente, desta vez com a pele para baixo. À parte, preparar o molho misturando o restante os ingredientes, menos o gergelim. Cobrir o salmão com este molho e colocar por cima o gergelim tostado. Cobrir com papel alumínio e levar ao forno preaquecido a 220º por 30 minutos. Retirar o papel alumínio, regar o peixe com o molho que está no refratário e deixar mais 15 minutos no forno (ou até reduzir bem o molho).

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Duas dúzias de bananas sobrando (e madurando) em casa, por conta do cancelamento de uma aula de culinária de reaproveitamento que eu daria no Pró Família esta semana. E uma cabeça vazia de ideias luminosas. Não queria fazer bananada, nem bolo, nem pão de banana. E então lembrei desta receita que estava guardada há algum tempo: geleia de banana e chocolate.

Quando vi esta receita fiquei pensando no porque da Simone (e da Claudia do Sabor Saudade, idealizadora da gostosura) terem colocado o nome de geleia neste doce. Porque geleia, para mim, é algo ligado a frutas e especiarias, nunca ao chocolate. Mas lendo o post da Claudia aprendi que é comum na França e fácil de achar por lá. Ainda assim pensei em chamá-la de compota de banana com chocolate, ou só ‘doce’ mesmo, mas depois que ficou pronta achei o nome perfeito para ela: ‘Nutella de banana’ hehe 🙂

Achei tão boa esta ideia de juntar chocolate à banana, e o resultado ficou tão gostoso, que quis replicá-la aqui no Rosmarino. É daqueles doces que viciam. Que toda vez que a gente abre a geladeira, pega uma colherinha e ‘rouba’ um pouquinho. Na minha versão coloquei mais chocolate do que na receita original. Ficou com uma textura sedosa e rica, quase uma ‘Nutella tropical’ mesmo.

A receita original está aqui. O Chocolatria não só é um blog delicioso como a Simone é um doce de pessoa e chocolateira de primeira. Foi com ela que aprendi a temperar chocolate da maneira correta e a preparar e decorar bombons e outros doces com chocolate. Um curso que eu recomendo. Minha versão da receita, com ligeiras modificações (com outro tipo de chocolate e mais quantidade de chocolate) está abaixo.

Geleia de banana e chocolate

1 kg de bananas nanicas em rodelas (cerca de 10 bananas)
300 g de açúcar mascavo
300 ml de suco de laranja
250 g de chocolate meio-amargo (50%)
suco e raspas de 1 limão siciliano
um pau de canela

Em uma panela grande de fundo grosso, colocar o suco de laranja, o açúcar mascavo, o pau de canela, o suco do limão e as raspas. Após a fervura, deixar cozinhar por 5 minutos e então acrescentar as bananas. Misturar bem e deixar cozinhando em fogo baixo por cerca de uma hora e meia, mexendo ocasionalmente. No final é preciso mexer sem parar, pois o doce vai secando e começa a grudar no fundo da panela. Desligar o fogo e adicionar o chocolate em pedacinhos e misturar até derreter e incorporar. Tirar o pau de canela e pronto. A geleia pronta rendeu dois potes grandes.

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Esta postagem é antiga, mas só agora quando a Lena e o Jorge me pediram dicas de restaurantes em Nova York que percebi que nunca trouxe para o Rosmarino a “minha Nova York”, que foi publicada no Abrindo o Bico da @marcie14. O Abrindo o Bico é um blog muito bacana de uma brasileira que mora em Nova York, a Marcie Pellicano, e leitura obrigatória para quem vai para lá. Entre os posts, uma série chamada “A minha NewYork” é interessante porque mostra a opinião e as dicas de vários viajantes sobre a cidade.

Abaixo, a transcrição da minha Nova York para vocês. Não resisti e inclui alguns updates, que estão em vermelho.

Meus outros posts sobre Nova York estão aqui.


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“Pro JFK você voou. E de lá pro hotel, como é que você vai: taxi, limo, shuttle ou metrô?

Normalmente vou para o hotel de táxi mesmo.

OK, você chegou ao hotel, desfez as malas, e já está na rua: qual é a primeira coisa que você faz?

Os vôos do Brasil geralmente chegam muito cedo e não dá para entrar no quarto. Então faço o check-in, deixo as malas no hotel e saio pelas ruas andando a pé para esticar as pernas, tomar um pouco do ar novaiorquino, matar as saudades. Chego com a adrenalina a mil então ando até umas 16hs, quando volto para o hotel e espero para entrar no quarto e finalmente tomar um banho e me acomodar.

Deu fome. Você entra em qualquer lugar ou tem um ou mais restaurantes favoritos?

Sou muito fiel ao local do café da manhã, sempre em um Cafe Metro. Quase sempre fico em hotéis próximos a alguma unidade do Metro. No almoço, normalmente não paro. É quase sempre um sanduíche ou uma salada em um Pret a Manger, Così, Au Bon Pain. O jantar é sempre mais organizado. Procuro fazer as reservas no Brasil e procuro sempre conhecer lugares diferentes.

Além do roteiro de compras, de que outras maneiras você vive a cidade? Broadway, museus, passeios, cinemas?

Vou a NY todo ano há mais de 10 anos então conheço bem os pontos turísticos. Mas toda vez que vou procuro visitar exposições temporárias interessantes e sempre escolho um dos museus da cidade para visitar novamente de cabo a rabo. Também adoro as feiras livres e procuro visitá-las toda vez que vou. Já fui muito a shows da Broadway, hoje em dia procuro as óperas, mas não tenho dado sorte de ir pra NY na temporada. Outra coisa que gosto de fazer é escolher um e andar pelos bairros não tão ‘óbvios’ e olhar as lojinhas, as pessoas, as guloseimas. Da última vez fiz isto no East Village.

Qual é a área da cidade que você mais gosta e por quê?

Difícil dizer a área da cidade que mais gosto, mas acho que é o Soho. Sempre dedico um dia inteiro para andar por lá, fazer compras, ver as pessoas, comer.

Outlet é out ou ainda é in? Qual?

Nunca fui ao outlet em Woodbury, pois acho que o trabalho e o dinheiro gasto em transporte só compensa para quem compra muito, o que não é o meu caso. Acho que o Century 21 na cidade é bom, especialmente para compras masculinas, meu marido vai sempre e se abastece de camisas, cuecas, meias e sapatos. Bons e baratos mesmo. Mas é muito cheio e só dá para ir bem cedo. Acho que outlet é para comprador ‘profissa’ mesmo, prefiro garimpar coisinhas interessantes e promoções pelas lojas da cidade.

Que conselho você daria para um brasileiro que ainda não conhece New York.

1) Entre numa livraria e compre os Red Maps de NY!!! Especialmente o do Midtown e o do Soho. Eles mostram as lojas, restaurantes, bares, galerias de arte e etc. em cores diferentes. Ajuda muuuito a andar pela cidade e não perder tempo procurando atrações, restaurantes e lojas.

2) Imperdível para uma primeira visita: subir no Empire State, visitar o Metropolitan Museum (Em tempo: acrescentaria ainda um museu de arte, como o Guggenheim ou o MoMA) conhecer/andar pelo Central Park e pelo High Line Park. Andar pelo bairro do Soho e pela 5ª Avenida. E assistir um show da Broadway. E ir à noite num restaurante no Meatpacking District. Detesto o passeio para a Estátua da Liberdade, pra mim um rip-off total.

3) As compras são importantes. Não dá pra resistir! Eletrônicos, vá a J&R. Sérios, didáticos, bons preços e muita variedade. (Em tempo: a B&H também é sensacional) E a Sony e a Apple, claro. Loja de departamentos boa e com melhor preço: Macy’s. Outlet na cidade: Century 21. Lojas de brinquedos: Toys r US, Nintendo World. Para crianças também a M&M Store. A NikeTown vale uma visita. E uma farmácia Duane&Reade. Uma livraria Barnes&Noble. Foras as óbvias: GAP, Abercrombie. Para coisas de casa, a melhor e mais barata é a Bed, Bath & Beyond. Supermercado, o Whole Foods.

4) Restaurantes com preços legais: o Carmine’s perto da Broadway (porções gigantes, comida gostosa e barata) e o Relais de Venise L’Entrecôte . (Em tempo: o Dos Caminos, mexicano que sempre gostei, andou caro e ruim da última vez que fui). Clássico: Katz Deli. Não tem erro: Union Square Cafe, Blue Water Grill, Balthazar, Pastis, Spice Market, Blue Ribbon, Casa Mono. Bonito: The Central Park Boathouse, na beira do lago. E descolado e delicioso: The Modern, no MoMA. (Em tempo: alternativa mais barata pro The Modern é o Robert no Museum of Arts & Design, dica da @carmemsil)

 5) Ande a pé! Ou ao menos de metrô (e ônibus). Escolha um bairro/região por dia e faça um roteiro passando pelos pontos de interesse, sejam lojas, atrações e restaurantes. É o melhor modo de conhecer o NY way of life!

6) Se quiser ir a algum restaurante específico, reserve antes, no Brasil, pelo site Open Table.

7) Não tome café da manhã no hotel, saia e vá a um Cafe Metro ou Starbucks pelo caminho.

8) Cuidado com o clima! Mesmo olhando a previsão do tempo antes, lembre-se que em NY venta muito, o que pode dar uma sensação de mais frio no inverno. E sempre pode chover! Já no verão o calor é tão absurdo que pede roupas leves.

9) LAST BUT NOT LEAST: sapatos confortáveis para andar!

Ao voltar pra casa, o que você sente que está levando de NY? Além do excesso de peso, é claro.

Sinto sempre que estou levando comigo: a) um pouco da tolerância com as diferenças, que é em NY é tão clara e uma das coisas mais legais da cidade; b) o flavor e a vontade de andar mais a pé e com calma na minha cidade; c) muita cultura útil e inútil.” (publicado originalmente em 27 de novembro de 2010)

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Adoro assistir filmes cuja temática é ligada de alguma forma à comida. Em alguns deles a comida é até mesmo o tema principal e a história gira ao redor dela, como em “A Festa de Babette”, “Simplesmente Martha” ou “Como Água para Chocolate”, um dos meus preferidos, quase uma versão ‘100 anos de solidão’ da culinária 🙂

O Luis e a Dulce, amigos de Araraquara, me presentearam recentemente com alguns dos ‘filmes de comida’ que faltavam na minha filmoteca. Ainda não vi todos, alguns preciso rever, mas guardo-os com carinho para as horas de sossego das tardes de final de semana, quando posso ter a sala de televisão só para mim.

Podia ficar aqui horas  falando de cada um destes filmes, das minhas impressões, das histórias destas pessoas que vivem pela comida e para as quais a comida é um item de primeira necessidade e prazer na vida. Mas acho melhor falar destes filmes aos poucos, a medida em que vou vendo ou revendo-os. Na semana passada assisti “Tortilla Soup”, que é uma refilmagem de um filme chinês de 1994, o “Comer, Beber, Viver”. O filme nem é tão bom assim, mas no fim a gente fica com uma vontade louca de preparar um jantar ou almoço mexicano, como os do filme, cheios de pratos diferentes e coloridos. Peixes, bananas, legumes, tortillas, nachos e muita pimenta.

A ideia deste aperitivo mexicano veio do filme. O protagonista, a certa altura, começa a fazer comida para a filha da vizinha levar para almoçar na escola. E em uma cena ele abre aquela marmitinha para mostrar os ‘pratos do dia’ para ela e lá estão os tomatinhos-cereja bem vermelhinhos, recheados com guacamole e ‘tampados’ com tortilla chips. Lindos. E assim fiz minha versão para o aperitivo de um almoço de sábado calorento em Ribeirão Preto. Acabou tudo rapidinho.

Para quem tiver curiosidade, a lista de ‘filmes de comida’ está lá no final deste post.

Tomatitos rellenos de guacamole con tortilla chips

15 a 20 tomatinhos-cereja ou outros pequenos e de formato alongado
2 avocados
1 tomate sem pele e sem sementes bem picado
½ cebola bem picada
1 dente de alho pequeno amassado
suco de meio limão
1 colher (sopa) de azeite
½ colher (chá) de sal
¼ pimenta dedo-de-moça sem sementes bem picadinha
1 colher (sopa) de coentro bem picado (só as folhas)
1 pacote de salgadinhos tipo tortilla chips

Lavar os tomatinhos, cortá-los ao meio e retirar a polpa com uma colher ou faca sem furá-los. Polvilhar sal nas cavidades dos tomatinhos e deixar descansando de cabeça para baixo para escorrer a água. Picar os ingredientes que serão usados. Amassar a polpa de abacate com um garfo, juntar imediatamente a cebola picada, o alho amassado e o tomate picado. Temperar com o suco de limão, o azeite e o sal. Por fim juntar o coentro e a pimenta. Rechear generosamente as cavidades dos tomatinhos com a guacamole e colocar por cima de cada uma um pedaço de tortilla chip.

Minha lista de filmes de comida:

  • A Comilança (La Grande Bouffe, França, 1973)
  • A Festa de Babette (Babettes Gæstebud, Dinamarca, 1987)
  • A Grande Noite (Big Night, EUA, 1996)
  • A Mulher do Padeiro (La Femme du Boulanger, França, 1938)
  • Alimento da Alma (Soul Food, EUA, 2007)
  • Amor à Flor da Pele (In The Mood For Love, Hong Kong, 2000)
  • Bitter Feast, EUA, 2010
  • Chocolate (Chocolat, EUA/Inglaterra, 2000)
  • Comer, Beber, Viver (Yin Shi Nan Nu, China, 1994)
  • Como Água para Chocolate (Como Agua para Chocolate, México, 1992)
  • Delicatessen, França, 1991
  • Dieta Mediterrânea (Espanha, 2009)
  • Estômago – Uma História Nada Infantil sobre Poder, Sexo e Gastronomia (Brasil, 2007)
  • Garçonete (Waitress, EUA, 2007)
  • Julie & Julia (EUA, 2009)
  • Le Dîner de Cons, França, 1998
  • Love’s Kitchen, EUA, 2011
  • O Amor Está na Mesa (Cuisine Américaine, EUA/França, 1998)
  • O Cheiro da Papaya Verde (L’Odeur de la Papaye Verte, França/Vietnã, 1993)
  • O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante (The Cook the Thief His Wife & Her Lover, Inglaterra/França, 1989)
  • O Jantar (Le Dîner, França/Itália, 1998)
  • O Que Tem para o Jantar? (What’s Cooking?, EUA/Inglaterra, 2000)
  • O Sabor de uma Paixão (The Ramen Girl, EUA/Japão, 2008)
  • Quem está matando os grandes chefes da Europa? (Who Is Killing the Great Chefs of Europe?, EUA/Itália/França, 1978)
  • Ratatouille (Ratatouille, EUA, 2007)
  • Sabor da Paixão (Woman on Top, EUA, 2000)
  • Sem Reservas (No Reservations, Austrália-EUA, 2007, refilmagem de Simplesmente Martha)
  • Simplesmente Martha (Bella Martha, Alemanha, 2001)
  • Sob o Sol da Toscana (Under the Tuscan Sun, EUA/Itália, 2003)
  • Soul Kitchen (Soul Kitchen, Alemanha, 2009)
  • Tapas (Espanha, 2005)
  • Tampopo (Dandelion, Japão, 1985)
  • Tempero da Vida (Politiki Kouzina, Grécia, 2003)
  • Tomates Verdes Fritos (Fried Green Tomatoes, EUA/Inglaterra, 1991)
  • Tortilla Soup, EUA, 2001, refilmagem de Comer, Beber, Viver)
  • Uma Receita para a Máfia (Dinner Rush, EUA, 2000)
  • Vatel – Um Banquete para o Rei (Vatel, França, 2000)
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